terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Os cinco maiores arrependimentos dos pacientes terminais


Recentemente foi publicado nos Estados Unidos um livro que tem tudo para se transformar em um best seller daqueles que ajudam muita gente a mudar sua forma de enxergar a vida. The top five regrets of the dying (algo como “Os cinco principais arrependimentos de pacientes terminais”) foi escrito por Bonnie Ware, uma enfermeira especializada em cuidar de pessoas próximas da morte.
Para analisar a publicação, convidamos a Dra. Ana Cláudia Arantes – geriatra e especialista em cuidados paliativos do Einstein – que comentou, de acordo com a sua experiência no hospital, cada um dos arrependimentos levantados pela enfermeira americana. Confira abaixo.

1. Eu gostaria de ter tido coragem de viver uma vida fiel a mim mesmo, e não a vida que os outros esperavam de mim

“À medida que a pessoa se dá conta das limitações e da progressão da doença, esse sentimento provoca uma necessidade de rever os caminhos escolhidos para a sua vida, agora reavaliados com o filtro da consciência da morte mais próxima”, explica Dra. Ana Cláudia.
“É um sentimento muito frequente nessa fase. É como se, agora, pudessem entender que fizeram escolhas pelas outras pessoas e não por si mesmas. Na verdade, é uma atitude comum durante a vida. No geral, acabamos fazendo isso porque queremos ser amados e aceitos. O problema é quando deixamos de fazer as nossas próprias escolhas”, explica a médica.
“Muitas pessoas reclamam de que trabalharam a vida toda e que não viveram tudo o que gostariam de ter vivido, adiando para quando tiverem mais tempo depois de se aposentarem. Depois, quando envelhecem, reclamam que é quando chegam também as doenças e as dificuldades”, conta.

2. Eu gostaria de não ter trabalhado tanto

“Não é uma sensação que acontece somente com os doentes. É um dilema da vida moderna. Todo mundo reclama disso”, diz a geriatra.
“Mas o mais grave é quando se trabalha em algo que não se gosta. Quando a pessoa ganha dinheiro, mas é infeliz no dia a dia, sacrifica o que não volta mais: o tempo”, afirma.
“Este sentimento fica mais grave no fim da vida porque as pessoas sentem que não têm mais esse tempo, por exemplo, pra pedir demissão e recomeçar”.

3. Eu gostaria de ter tido coragem de expressar meus sentimentos

“Quando estão próximas da morte, as pessoas tendem a ficar mais verdadeiras. Caem as máscaras de medo e de vergonha e a vontade de agradar. O que importa, nesta fase, é a sinceridade”, conta.
“À medida que uma doença vai avançando, não é raro escutar que a pessoa fica mais carinhosa, mais doce. A doença tira a sombra da defesa, da proteção de si mesmo, da vingança. No fim, as pessoas percebem que essas coisas nem sempre foram necessárias”.
“A maior parte das pessoas não quer ser esquecida, quer ser lembrada por coisas boas. Nesses momentos finais querem dizer que amam, que gostam, querem pedir desculpas e, principalmente, querem sentir-se amadas. Quando se dão conta da falta de tempo, querem dizer coisas boas para as pessoas”, explica a médica.

4. Eu gostaria de ter mantido contato com meus amigos

“Nem sempre se tem histórias felizes com a própria família, mas com os amigos, sim. Os amigos são a família escolhida”, acredita a médica. “Ao lado dos amigos nós até vivemos fases difíceis, mas geralmente em uma relação de apoio”, explica.
“Não há nada de errado em ter uma família que não é legal. Quase todo mundo tem algum problema na família. Muitas vezes existe muita culpa nessa relação. Por isso, quando se tem pouco tempo de vida, muitas vezes o paciente quer preencher a cabeça e o tempo com coisas significativas e especiais, como os momentos com os amigos”.
“Dependendo da doença, existe grande mudança da aparência corporal. Muitos não querem receber visitas e demonstrar fraquezas e fragilidades. Nesse momento, precisam sentir que não vão ser julgados e essa sensação remete aos amigos”, afirma.

5. Eu gostaria de ter me deixado ser mais feliz

“Esse arrependimento é uma conseqüência das outras escolhas. É um resumo dos outros para alguém que abriu mão da própria felicidade”.
“Não é uma questão de ser egoísta, mas é importante para as pessoas ter um compromisso com a realização do que elas são e do que elas podem ser. Precisam descobrir do que são capazes, o seu papel no mundo e nas relações. A pessoa realizada se faz feliz e faz as pessoas que estão ao seu lado felizes também”, explica.
“A minha experiência mostra que esse arrependimento é muito mais dolorido entre as pessoas que tiveram chance de mudar alguma coisa. As pessoas que não tiveram tantos recursos disponíveis durante a vida e que precisaram lutar muito para viver, com pouca escolha, por exemplo, muitas vezes se desligam achando-se mais completas, mais em paz por terem realmente feito o melhor que podiam fazer. Para quem teve oportunidade de fazer diferente e não fez, geralmente é bem mais sofrido do ponto de vista existencial”, alerta.

Dica da especialista

“O que fica bastante claro quando vejo histórias como essas é que as pessoas devem refletir sobre suas escolhas enquanto têm vida e tempo para fazê-las”.
“Minha dica é a seguinte: se você pensa que, no futuro, pode se arrepender do que está fazendo agora, talvez não deva fazer. Faça o caminho que te entregue paz no fim. Para que no fim da vida, você possa dizer feliz: eu faria tudo de novo, exatamente do mesmo jeito”.
De acordo com Dra. Ana Cláudia, livros como este podem ajudar as pessoas a refletirem melhor sobre suas escolhas e o modo como se relacionam com o mundo e consigo mesmas, se permitindo viver de uma forma melhor. “Ele nos mostra que as coisas importantes para nós devem ser feitas enquanto temos tempo”, conclui a médica.
Publicado em janeiro/2012.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Caos da saúde: Mauro Rubem confirma dificuldades enfrentadas por usuários e profissionais do HDT


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Diante da calamidade em que se encontra a saúde pública no Estado de Goiás e após várias reclamações, o presidente da Comissão de Direitos Humanos, Cidadania e Legislação Participativa (CDH), deputado Mauro Rubem (PT-GO) visitou o Hospital de Doenças Tropicais Dr. Anuar Auad (HDT) na manhã desta quinta-feira (19). Na ocasião o parlamentar teve uma reunião com o diretor-geral do hospital, Boaventura Braz de Queiroz, para averiguar as carências da unidade e suas conseqüências para os usuários e trabalhadores e analisar possíveis violações de direitos humanos. Mauro Rubem entregou ao diretor um documento em que solicita informações sobre o funcionamento do hospital.
As queixas em relação à falta de medicamentos, insumos, manutenção de equipamentos, estrutura e valorização dos profissionais figuram a lista de problemas enfrentados não apenas pelo HDT, mas também pelos demais hospitais públicos estaduais, como o Hospital de Urgência de Goiânia (HUGO), Hospital Materno Infantil (HMI) e Hospital Geral de Goiânia (HGG). De acordo com o diretor-geral do HDT, o serviço está estrangulado e um projeto de expansão já está pronto e aprovado, mas até o momento ainda está na Agência Goiana de Transportes e Obras (Agetop) e não há previsão para o início das obras.
Em busca de agilidade para a ampliação do hospital, o deputado Mauro Rubem se colocou à disposição para interceder junto ao Ministério da Saúde para que os pacientes possam receber atendimento qualificado. Contudo, Boaventura afirmou que o aumento da rede de atendimentos sem melhoria de condições de trabalho não irá solucionar os problemas. “Há falta de profissionais da saúde para atender na rede estadual”, enfatizou o diretor.
De acordo com Boaventura, um documento enviado à Secretaria da Saúde do Estado de Goiás formaliza as necessidades do HDT. Mauro Rubem propôs a realização de um seminário de modelo de gestão aos profissionais para debater o futuro da saúde pública em Goiás e informar à sociedade que tipo de saúde que queremos ver na realidade.  “Se não conseguirmos reverter esta situação, com a transferência da administração dos hospitais às Organizações Sociais de Saúde (OSS) é preciso lutar para não perdermos nenhuma de nossas conquistas e exigir melhorias. É preciso estudar maneiras para diminuir o impacto das terceirizações das unidades de saúde. Não vamos desistir da luta”, ressaltou o petista.
Segundo o diretor-geral, o hospital possui profissionais competentes e preocupados em realizar atendimentos de alta qualidade. Além disso, são constantemente treinados e especializados, mas é uma ação pessoal, pois isto não é oferecido pelo Estado. 
Durante a visita, o parlamentar também conversou com profissionais do HDT que declaram-se inseguros quanto ao novo modelo administrativo proposto pelo governo estadual. “A perspectiva é de piora. Estamos com medo que a solução apresentada só piore as coisas. Tudo o que nós conquistamos está em risco”, declarou uma enfermeira que prefere não ser identificada.
Os trabalhadores se mostraram apreensivos devido à falta de equipamentos para a realização de exames, como o tomógrafo e com a terceirização do serviço de diagnóstico por imagem. “Nós não temos suporte de diagnóstico. Há anos o HDT precisa de um tomógrafo, mas pelo visto não irá conseguir. Com a terceirização, provavelmente o atendimento será centralizado e isso compromete a equipe e o paciente, que precisará ser transportado”, ressaltou a enfermeira.
A preocupação com o futuro levou os profissionais da unidade de saúde a confeccionarem um abaixo-assinado às entidades representativas denunciando o aumento da taxa de infecção hospitalar no HDT, a falta de insumos, medicamentos, além da ausência de manutenção de equipamentos.
Em nome da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Estado de Goiás, o deputado Mauro Rubem pretende realizar visitas semelhantes a todos os hospitais públicos que sofrem com o desmantelamento da saúde no Estado para, posteriormente propor melhorias e exigir que sejam cumpridas pelo poder público. Saúde é direito de todos.

Assessoria de Comunicação
imprensa@maurorubem.com.br

Metade dos brasileiros acredita que o País tem mais ministérios que o necessário


44% responderam ao Datafolha que Brasil não precisa de 38 ministérios. 29% acham o número adequado
Mariane Rodrigues
Seis ministros foram derrubados durante o primeiro ano do governo  Dilma Rousseff (PT). Após tanta mudança na administração pública, quase metade dos brasileiros disseram, em pesquisa realizada pelo Datafolha, que 38 é um número execessivo de ministérios. De 1.575, 44% consideram desnecessária a quantidade de ministérios e 29% acreditam ser este um número adequado. Por outro lado, 15% acreditam que o Brasil precisaria criar outros ministérios e 11% não souberam opinar.

Quando questionados qual pasta descartariam, os entrevistados apontaram, nesta ordem, a Secretaria de Assuntos Estratégicos (15%), o Ministério da Pesca (13%), o Gabinete de Segurança Institucional (10%), entre outros.

O Datafolha ouviu as pessoas nos dias 18 e 19 de janeiro. A margem de erro do levantamento é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.
*Com informações da Folha de S.Paulo

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Mesmo com SUS, famílias arcam com 56,3% das despesas com saúde


DENISE MENCHEN
DO RIO

Apesar de o Brasil contar com o SUS (Sistema Único de Saúde), que tem como princípio prestar atendimento gratuito e universal, as famílias brasileiras responderam por mais da metade dos gastos com saúde no país entre 2007 e 2009.
Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), que divulgou nesta quarta-feira (18) a pesquisa "Conta-Satélite de Saúde", as despesas das famílias com bens e serviços de saúde, como planos, consultas, internações e medicamentos, chegaram a 56,3% do total do país nesse período.
Em 2009, o gasto público médio com saúde foi de R$ 645,27 por pessoa. Já as despesas privadas foram de R$ 835,65 per capita em média.
Segundo o IBGE, porém, os gastos públicos cresceram proporcionalmente mais do que os privados. Em 2009, houve crescimento de 5,2% das despesas da administração pública com saúde --aí computadas as esferas muncipal, estadual e federal. Já as famílias aumentaram seus gastos com o setor em 3,5%.
No total, o valor dispensado com saúde chegou a R$ 283,6 bilhões, o equivalente a 8,8% do PIB de 2009. O consumo de serviços de saúde, como atendimento hospitalar e exames, respondeu por 5,6% do PIB, e o de medicamentos, a 1,9%.
O estudo foi feito com base em dados do PIB, também calculado pelo IBGE.
No caso das famílias, em 2009 a maior parte dos recursos (36,3%) foi destinada para consultas, exames e atendimento domiciliar (grupo que o IBGE chama de "outros serviços relacionados com atenção à saúde"). Em seguida vêm os gastos com medicamentos, com 35,8%.
Já os gastos do governo foram majoritariamente (66,4%) destinados para serviços públicos de saúde, como hospitais, postos de saúde, Programa de Saúde da Família, UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) e laboratórios da administração pública. Não entram, portanto, os serviços privados conveniados ao SUS. Em segundo lugar, com 13,7%, vêm os medicamentos.
POSTOS DE TRABALHO
O setor de saúde respondeu em 2009 por 4,5% dos postos de trabalho no país. Naquele ano, o total de vagas no setor chegou a 4,3 milhões, 115 mil a mais do que em 2007. Isso não significa, porém, que o total de pessoas ocupadas seja esse, já que a mesma pessoa pode ocupar mais de uma vaga --fenômeno comum entre médicos com mais de uma ocupação, por exemplo.
Os dados consideram todos os postos de trabalho diretos gerados pelo setor. Portanto, não incluem apenas profissionais de saúde, como médicos, enfermeiros, nutricionistas e fisioterapeutas, mas também secretários, porteiros e pessoal de limpeza que trabalham em estabelecimentos de saúde, entre outros.
A pesquisa também mostrou que, apesar de responder por 4,5% dos postos de trabalho, a saúde concentrava 7,8% das remunerações pagas aos trabalhadores no país. Em média, as pessoas empregadas no setor ganharam R$ 22.395,00 no ano de 2009. O rendimento médio nacional no mesmo período foi de R$ 14.222,04.
Na saúde, os maiores salários estavam nas atividades relacionadas ao atendimento hospitalar (R$ 48.851,21 por ano).
Fonte: folha.com

DESEMBARGADOR CRITICA FÉRIAS DE 60 DIAS E RECESSO

Rogério Barbosa, repórter da revista Consultor Jurídico. Revista Consultor Jurídico, 18 de dezembro de 2011

Juízes têm folgas demais, na opinião do desembargador do Tribunal de Justiça da Bahia, Antonio Pessoa Cardoso. Para ele, a agilidade do Judiciário depende de uma reforma efetiva, que acabe definitivamente com as férias de 60 dias. Além disso, ele acredita que o recesso de fim de ano prejudica o jurisdicionado. Associações que representam a magistratura criticam este tipo de proposta com veemência.

“Com relação às férias individuais, estas não atendem ao interesse do jurisdicionado, mas, ao contrário, contribui para a morosidade no andamento dos recursos que chegam aos tribunais e são julgados por três dos quatro desembargadores que formam as câmaras cíveis ou criminais”, afirma.

Antonio Pessoa explica que todos os processos têm um relator e um revisor que são sorteados. O desligamento da atividade por 30 dias do relator e do revisor, em épocas distintas, complica o sistema porque muitos recursos não poderão ser julgados sem a presença concomitante de um e outro. Desta forma, contabiliza o desembargador, no mínimo por dois meses, no curso do ano, quando ocorrem as férias individuais de relator e revisor, alguns recursos aguardarão inclusão em pauta para julgamento.

“A equipe judicial, encarregada do julgamento dos recursos, denominada de câmara cível ou criminal, assemelha-se a uma equipe médica; sem o anestesista o médico não opera, sem o médico o anestesista não trabalha”, conclui.

Recentemente, após manifestar apreço pela proposta de extinção dos 60 dias de férias, a corregedora nacional de Justiça, ministra Eliana Calmon, sofreu duras criticas por parte da Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe), que emitiu nota de repúdio à ideia.

Na mesma ocasião, Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) também reagiu às declarações de Eliana Calmon. Para Nelson Calandra, seu presidente, por conta da alta carga processual, 60 dias servem para a saúde ocupacional como forma até de evitar aposentadorias por invalidez e perdas precoces de vidas em razão do esgotamento físico.

“Os juízes brasileiros estão adoecendo nas atuais condições. O CNJ precisa se preocupar com a saúde e a segurança dos magistrados, que, muitas vezes, são ameaçados e até mortos por conta de suas decisões”, afirmou Calandra.

“Quase nenhum juiz tira 60 dias de férias. O volume de processos não permite”, declarou à ConJur o desembargador Guilherme Gonçalves Strenger, da 11ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo. “A maioria só tira 30 dias de férias e não tem um mês de efetivo descanso. Não é incomum ter que levar processos para casa”, afirmou Strenger.

O desembargador Marco Antonio De Lorenzi, da 14ª Câmara Criminal do TJ paulista, diz que há muitos anos não tira férias. “Tenho mais de 14 acumuladas. Que diferença faz se reduzirem para apenas 30 dias?”, questiona.

Recesso Forense
Para o baiano Antonio Pessoa, o descanso de festas de fim de ano prejudica o direito do consumidor dos serviços judiciários; nivela o Direito por baixo, quando generaliza vantagem auferida pelos Tribunais Superiores e pela Justiça Federal. Ele aponta que a Lei 5.010/1966 já concede descanso de cinco dias durante a semana santa, estipula o número total de 32 feriados, perfazendo 92 dias, incluídas as férias de dois meses; soma-se com a licença prêmio de 90 dias a cada cinco anos de trabalho, significando mais 6 dias/ano, totalizando 98 dias, tempo que o juiz fica fora de suas atividades no curso de cada ano de trabalho.

O desembargador explica que antes da Emenda Constitucional 45 de 2004, com férias coletivas nos tribunais e férias individuais ou coletivas no primeiro grau, a Justiça não interrompia suas atividades, porque, durante as férias coletivas uma câmara de férias, composta por quatro desembargadores, recebia recursos, julgava Habeas Corpus, Mandados de Segurança, Agravos e outros.

"Todas as secretarias de todas as câmaras cíveis e criminais, todas as varas judiciais e comarcas estavam de portas abertas durante todo o ano, inclusive no período que agora passou a ser recesso do Judiciário. É que o poder conferido à presidência dos tribunais permitia aferição de necessidades e resultados, diferentemente do que acontece agora com a imposição de gozo de férias individuais, sem outra alternativa", afirma.

Ainda sobre a forma como os tribunais funcionavam, e que o desembargador considera ser mais eficiente e eficaz, ele explicou que as secretarias e os cartórios não fechavam como acontece hoje em dia no recesso do fim de ano, quando se disponibiliza pequeno número de serventuários para plantão.

"À luz dos fatos, não se desmente a afirmação de que o mínimo que ocorreu, depois da Reforma, foi diminuição da atividade judicial no período. Isto não eleva a imagem do Judiciário, mas, ao contrário, diminui perante o jurisdicionado que, agora, no recesso, bate à porta da justiça e não tem como requerer ou acompanhar o andamento de seus processos."

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Método do Enem causa confusão em cálculo de nota


Um ponto mal explicado na TRI (método usado para atribuir notas aos candidatos no Enem) provocou confusão sobre a nota de uma candidata do último exame.
Mesmo tendo entregue a prova em branco, a candidata Mônica Nunes tirou notas acima do mínimo divulgadas pelo MEC em dezembro.
Pelo método, os candidatos não podem tirar zero no exame, exceto na redação. Segundo o Inep (órgão ligado ao MEC e responsável pelo exame), as menores notas possíveis são as mínimas registradas.
Em ciências humanas, Mônica teve a nota de 252,9, quando o mínimo esperado era de 252,6. Já em Ciências da Natureza, tirou 269, quando o mínimo era de 265. Em Linguagens e Códigos, fez 304,2 e o mínimo era 301,2. Apenas em matemática, ela teve a nota mínima (321,6) divulgada à época. A candidata zerou a redação.
Acontece que as notas divulgadas em dezembro, esclareceu o MEC nesta terça-feira, referiam-se ao mínimo obtido por candidatos com deficiência visual. Para eles, algumas questões que exigem acuidade visual são desconsideradas, o que faz com que as demais questões tenham pontuação diferente da dos candidatos com visão normal.
Assim, a nota mínima dos candidatos sem necessidades eram um pouco diferentes, iguais as que Mônica tirou.
A candidata é professora de um cursinho pré-vestibular de Campinas e, para ter acesso à prova, ela se inscreveu no exame, compareceu e saiu assim que pôde com o caderno de questões.
"Fui fazer [o Enem] apenas para pegar a prova e podermos fazer a correção para os alunos. Fiquei o tempo mínimo na sala e entreguei o gabarito em branco nos dois dias", afirmou a professora. Ela só resolveu a prova de física, mas não transcreveu as respostas para o gabarito.
Fonte: folha.com

sábado, 14 de janeiro de 2012

Ministério do Esporte investirá R$ 261,7 milhões em futebol profissional


José Cruz
Especial para o Contas Abertas
O Governo Federal consolidará em 2012 a parceria com o futebol profissional apoiando três programas específicos, no total de R$ 261,7 milhões. Os dados são do Orçamento da União, aprovado pelo Congresso Nacional e aguardando sanção da presidenta Dilma Rousseff.
A Copa do Mundo lidera os investimentos governamentais no futebol, com R$ 225.813.999,00. Outros R$ 19,8 milhões serão destinados à “Promoção da Defesa dos Direitos do Torcedor e Apoio ao Desenvolvimento do Futebol Masculino e Feminino”.  Há duas semanas, o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, empossou a ex-jogadora Michael Jackson na coordenação do futebol feminino, para as ações do Ministério nesse setor.
Ainda nos programas de futebol, o Ministério do Esporte investirá R$ 16.016.500,00 na “Implantação de Controle de Acesso e Monitoramento nos Estádios de Futebol para Segurança do Torcedor”. Trata-se de uma exigência do Estatuto do Torcedor, como recurso para tentar controlar a violência entre torcidas organizadas.
Total
No total, o Orçamento da União reserva mais de R$ 2,6 bilhões para o Ministério do Esporte em 2012. Na ponta do lápis são R$ 2.617.848.045,00.  É um valor logo acima do Ministério da Cultura (R$ 2,1 milhões), e pouco abaixo do Turismo, com R$ 2.674.514.247,00. Para que se tenha idéia do que significam esses valores, pode-se compará-los com o Poder Legislativo. O Senado Federal, por exemplo, foi contemplado com um orçamento de R$ 3,3 bilhões, enquanto a Câmara dos Deputados terá R$ 4,2 bilhões.
Originalmente, a proposta do Ministério do Esporte encaminhada ao Congresso Nacional era de R$ 1.622.570.600,00. Porém, como de praxe, o orçamento cresce com as emendas dos parlamentares – verbas individuais destinadas às suas bases. Assim, o R$ 1,6 bilhão proposto saltou para R$ 2.617.848.045,00.  Ou seja, aumento de 41,8%.
Emendas
Na prática, cada deputado teve direito de aplicar R$ 13 milhões em emendas orçamentárias. São as chamadas “emendas individuais”. Os recursos destinam-se a pequenos projetos de suas bases eleitorais, como quadras de esporte, pequenas sedes sociais, reparos em monumentos públicos, aquisição de ambulância, por exemplo. Essas emendas se revelam excelente instrumento quando o governo precisa aprovar determinado projeto no Congresso Nacional. Nessa ocasião, o Palácio do Planalto autoriza liberar o pagamento de emendas, preferencialmente aos deputados mais resistentes ao projeto em votação, prática comum em todos os ministérios.
Jogos Olímpicos
Fora da Copa do Mundo e do futebol, projetos para a preparação e organização dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos Rio 2016 também receberão recursos governamentais em 2012. Estão reservados R$ 201.674.001,00, no orçamento aprovado pelo Congresso. Os esportes olímpicos e paraolímpicos terão mais R$ 40,8 milhões para a “Preparação de atletas” e “Capacitação de Recursos Humanos para o Esporte de Alto Rendimento”.
Segundo Tempo
Chama atenção no orçamento aprovado a ausência da expressão “Segundo Tempo”. Trata-se de um dos mais divulgados programas do Ministério do Esporte, porém de suspeitas de corrupção, divulgadas em 2011, e atualmente sob investigação da Polícia Federal e da Controladoria Geral da União. A reportagem solicitou entrevista ao Ministério do Esporte para comentar sobre o orçamento em geral, mas não foi atendida.
Os recursos para o Segundo Tempo – destinados às atividades lúdicas e de esporte de crianças, nas escolas – estão no programa “Desenvolvimento de Atividades e Apoio e Projetos de Esporte Educacional e de Esporte e Lazer”, com dotação de R$ 224.553.038. Na proposta original do Ministério do Esporte estavam previstos R$ 189.844.982,00. Porém, na tramitação do projeto de lei do Orçamento Federal no Congresso, o programa foi reforçado em R$ 34,8 milhões.
Bolsa-Atleta
Já para atender aos cerca de três mil contemplados com Bolsa-Atleta, o Ministério do Esporte dispõe de R$ 55,5 milhões. Não é dinheiro suficiente para chegar ao final do ano com todos os bolsistas em dia. Por isso, já foi solicitada suplementação orçamentária ao Ministério do Planejamento, para que o programa alcance os R$ 80 milhões, segundo Marco Aurélio Klein, responsável pelo setor no Ministério do Esporte.

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

O SIGNIFICADO DA ELEIÇÃO DE UM PRESIDENTE MORMOM PARA OS ESTADOS UNIDOS



Quando questionado sobre como a sua fé afetaria sua campanha, Joe Lieberman um senador americano disse: “Eu não acho que os eleitores se importam em saber qual a fé de uma pessoa”.

Muitos americanos acreditam posse de Barack Obama marcou a rejeição de preconceitos raciais na América. Alguns acreditam que a eleição de um presidente mórmon poderia marcar uma rejeição do preconceito religioso, pelo menos, em relação aos mórmons.

“A eleição de Obama em 2008 representou o avanço na América das relações raciais”, disse Keith Hamilton, um professor adjunto de direito da Universidade de Brigham Young. “Se um santo dos últimos dias for eleito presidente, isso representaria outro exemplo de como a América tem crescido sobre essas questões.”

O preconceito contra os Mórmons começaram quando o seu profeta fundador e presidente, Joseph Smith, afirmou haver recebido visões celestiais. Posteriormente, ele e seus seguidores foram expulsos de Ohio para o Missouri e consequentemente para o Illinois. Após o assassinato de Joseph Smith os santos foram obrigados a ir para o Vale do Lago Salgado. Mesmo ali a perseguição continuou com a Guerra de Utah e do Ato Edmunds-Tucker.

Mesmo após a incorporação de Utah como um estado em 1896, a Câmara dos Deputados dos EUA recusou-se a permitir que um mórmon recém-eleito, BH Roberts ocupasse o cargo. No início do século XX tudo isso começou a mudar com a eleição de um mórmon para o senado dos EUA.

Porém o preconceito continua. Uma pesquisa da Universidade Vanderbilt em 2007 constatou que o “preconceito contra os mórmons é significativamente maior do que contra as mulheres e negros”.

Existem dois tipos de preconceitos contra os Mórmons

O primeiro é ideologicamente baseado em noções vagas ou mal compreendidas da teologia SUD, esses preconceitos são particularmente mais difíceis de superar.

O segundo é baseado na percepção popular de que os mórmons são de alguma forma diferentes, ou estranhos. “Esse tipo de preconceito pode ser superado”. Um exemplo é o caso de Mitt Romney que se tornou governador de Massachusetts. E, seu pai, antes dele governou o estado do Michigan.

igreja mórmon é rigorosa na sua neutralidade política e procura sempre não direcionar os seus membros, para que apoiem um candidato ou partido em particular, nem votem em determinados indivíduos. Isto esta de acordo com sua declaração de neutralidade política. “Esta política é valida não importando se um candidato a um cargo é ou não um membro de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias“.

Colocando a neutralidade de lado, “muitos mórmons sem dúvida comemorariam a eleição de um presidente Mórmon como um alivio muito aguardado na história do exílio dos Mórmons na América”, disse Terryl L. Givens, um estudioso Mórmon e autor do “Um Povo de Paradoxos: Uma História da Cultura Mórmon”, “E tal sucesso ajudaria a igreja imensamente a enterrar os equívocos e associações com os polígamos que pertencem ao passado”.

No entanto, ele advertiu, “outros Mórmons pode se perguntar se tal conquista significaria uma assimilação. – E se isso seria necessariamente uma coisa boa”.

No livro de Givens, ele escreve que, “conscientemente evocando o projeto do Templo de Salt Lake, e do o Templo de Washington D.C.”, “refletem o retorno triunfante dos mórmons a capital da nação que uma vez os exilou”.

Se uma presidência SUD refletiria o mesmo simbólico significado ainda vamos ter que esperar para ver.
FONTE: http://aigrejamormon.com

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

MPF/AL denuncia ex-prefeito de Batalha pelo desvio de verbas para a saúde


Entre 2000 e 2002 foram desviados R$ 92 mil para combater a desnutrição infantil no município


 O Ministério Público Federal (MPF) em Arapiraca (AL) ofereceu, nesta quarta-feira, 11 de janeiro, denúncia contra Francisco José de Oliveira, ex-prefeito do município de Batalha, a 180 km de Maceió, e Clodoaldo Ferreira da Silva, secretário de saúde do município durante a gestão do ex-prefeito. Ambos são acusados de desviar R$ 92 mil em recursos do Programa de Incentivo ao Combate às Carências Nutricionais -ICCN/FNS .

De acordo com o procurador da República em Arapiraca, José Godoy Bezerra de Souza, os repasses do Fundo Nacional de Saúde/Ministério da Saúde para o ICCN de Batalha/AL, foram creditados na conta da prefeitura, que recebia recursos do Programa de Atenção Básica à Saúde (PAB). Eles deveriam ser utilizados para a compra de leite e óleo, entre os anos 2000 e 2003. Em dezembro de 2002, o Departamento Nacional de Auditoria do Sistema Único de Saúde - DENASUS/MS, realizou auditoria no município, constatando diversas irregularidades na execução do Programa.

Segundo denúncia do MPF, os recursos foram desviados com a utilização de notas fiscais frias para justificar a compra dos produtos em período que comprovadamente não houve distribuição de tais produtos para as crianças daquele município. Os nomes dos beneficiários dos cheques sequer correspondiam aos que constavam nas notas fiscais, o que comprova a fraude.

Entre janeiro de 2000 e agosto de 2002 foi depositado um total de R$ 92,8 mil, que foram integralmente sacados, mas foram apresentados somente comprovantes de despesas que fazem referência a R$ 44,8 mil. O restante (R$ 48 mil) foi desviado da conta do ICCN. Além disso, não foi adquirida quantidade suficiente de leite e óleo para atender as 129 crianças do município que se encontravam em situação de risco nutricional, e outras 143 cadastradas pela Prefeitura, apesar dos recursos do ICCN terem sido repassados ao município.

Programa - O Programa de Incentivo ao Combate às Carências Nutricionais - ICCN, instituído em 1998 pelo Ministério da Saúde (MS), funcionava mediante repasse de recursos financeiros do Fundo Nacional de Saúde (FNS) para os municípios habilitados. O objetivo do programa era a recuperação nutricional de crianças na faixa etária de 6 a 23 meses de idade, por meio de um conjunto de ações, dentre as quais figuravam a suplementação alimentar, efetivada com a distribuição de leite e óleo de soja.

De acordo com o procurador José Godoy, os denunciados, ao utilizar verbas públicas em proveito próprio e alheio, frustaram as expectativas de seus eleitores de uma administração séria, voltada para o atendimento das necessidades e interesses públicos, principalmente as crianças vítimas da fome . “Com suas atitudes, ambos contribuíram para piorar a vida de quem já está na extrema pobreza. O ato merece grande repulsa da sociedade”, afirma José Godoy.

Condenação – Em 2006, Francisco José de Oliveira e Clodoaldo Ferreira da Silva foram condenados pelo Tribunal de Contas da União (TCU) ao recolhimento de R$ 92.880,00 aos cofres do Fundo Nacional de Saúde, além de multa individual de R$ 13 mil. Após julgamento da tomada de contas, o TCU através de aviso ao Ministério Público Federal, enviou-lhe na ocasião cópia da tomada de contas e o acórdão, para que fossem tomadas as providências necessárias para responsabilizar criminalmente os gestores públicos.

O MPF requer a condenação do ex-prefeito e do ex-secretário pela prática de 33 atos, que culminaram nos desvios de verbas públicas, tipificados no art. 1°, I do Decreto-Lei n.° 201/67, por crimes de responsabilidade de gestores públicos municipais, combinado com os art. 29 e 71, ambos do Código Penal.


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terça-feira, 10 de janeiro de 2012

35 Patrimônios Mundiais estão em perigo


Guerras e desastres naturais são apontados como motivos de risco
Déborah Gouthier

Já ouviu falar na Reserva de Biosfera do Rio Plátano, em Honduras? E da Floresta Tropical de Sumatra, na Indonésia? Se você não sabe do que se trata, não perca tempo em descobrir. Afinal, estes dois Patrimônios Naturais do Mundo são os mais novos integrantes da lista de patrimônios em risco de extinção.

No total, são 35 locais que integram a lista dos Patrimônios Mundiais em Perigo, elaborada pela Unesco (e que pode ser conferida aqui ). A iniciativa pretende informar a comunidade internacional sobre condições que ameacem os Patrimônios Mundiais  - como guerras, desastres naturais, poluição, urbanização descontrolada ou até o próprio turismo - e incentivar ações corretivas. A inscrição de um local nesta lista permite que o Comitê do Patrimônio Mundial possa alocar assistência imediata para a propriedade ameaçada e que ações específicas sejam tomadas para preservá-lo de maneira eficiente.

Caso um local entre na lista dos que correm perigo, o Comitê desenvolve as devidas medidas e, posteriormente, monitora a situação, permitindo a restauração dos valores daquele Patrimônio. A Unesco frisa que esta listagem não deve ser considerada uma sanção àquele local, mas uma resposta às suas necessidades específicas de conservação, que evite sua exclusão entre os Patrimônios Mundiais.

Além dos governos, organizações não-governamentais, particulares e outros grupos podem atentar o Comitê para as ameaças existentes em determinados locais. Se o alerta for comprovado e o problema suficientemente grave, o Comitê da Unesco se encarrega de incluí-lo na lista e tomar as devidas providências.

Patrimônio Mundial

A lista do Patrimônio Mundial, elaborada pela Unesco, inclui 936 itens considerados parte do patrimônio cultural e natural do mundo, por possuírem “valor universal excepcional”. São 725 patrimônios culturais, 183 naturais e 28 bens mistos. No Brasil, são 18 itens listados, sendo dois em Goiás: as áreas protegidas do Cerrado, na Chapada dos Veadeiros e Parque Nacional das Emas, e o Centro Histórico da Cidade de Goiás.