sexta-feira, 30 de março de 2012

Brasil leva etapa do Campeonato Mundial do Futevôlei em Curitiba


Brasil leva etapa do Campeonato Mundial do Futevôlei em Curitiba

por Renan Araújo e Lucas Vian
Curitiba recebeu nesta semana os Campeonatos Brasileiro e Mundiais de Futevôlei em quadra montada no Jardim Botânico. 22 duplas de 17 países disputaram esta que é a primeira etapa do Circuito Mundial do esporte em 2012. Apesar de ser um esporte pouco conhecido, a arena recebeu um bom público em todos os dias de competições. Durante a semana o local também recebeu as etapas brasileiras de futevôlei masculino e feminino.
 
Pião e Tatá levantam a taça do Campeonato Mundial (Fotos: Renan Araújo)
O secretário de esportes do Paraná, Evandro Rogério Roman, compareceu ao evento e destacou a importância de se receber um torneio deste porte. “O futevôlei está a um passo de se tornar um esporte olímpico. Essa é uma modalidade que já recebe muitos investimentos e o (Carlos Alberto) Nuzman, que é presidente do COB, já sinalizou que é um esporte que já está a caminho. Eu diria que receber um evento como esse fortalece o esporte e dá visibilidade. Nosso papel é fortalecer o apoio a todo tipo de esporte que vem se tornando olímpico e estamos criando uma estrutura grande para o esporte para quem sabe superar até o Rio de Janeiro com sua força no futevôlei”, afirmou o secretário.
Dentro das quadras, o Brasil foi vitorioso. A dupla Pião e Tatá, que são de Maceió derrotaram em um jogo duríssimo a dupla paraguaia Jesus e Widilfo Baez por 2×1 (parciais de 21×15, 19×21 e 18×7). Em terceiro lugar ficou a dupla de Portugal Marcos Floresi e Bruno Santos. No campeonato Brasileiro, os campeões foram o pernambucano Alexandre e o alagoano Fábio. No feminino o título ficou com Lana, do Distrito Federal, e Patricinha, do Rio de Janeiro.
 
Esse é o quarto título mundial da dupla alagoana que joga junta há 5 anos. Os dois treinam praticamente todos os dias e possuem uma escolinha em Maceió, onde ensinam o esporte a jovens de 15 anos até a categoria adulta. Pião enalteceu a parceria com Tatá e comemorou muito a conquista.
“A emoção de vencer é sempre muito grande. Esse já é nosso quarto título mundial, mas sempre é uma emoção diferente. A gente tem que comemorar e agradecer ao público. Somos amigos dentro de quadra e fora. É uma parceria boa, temos desentendimento, mas conversamos e vem dando tudo certo”, afirmou o campeão mundial.
Outro destaque foi a presença do Paraguai nas finais. O país sul-americano, que não possui praia, é hoje uma das grandes forças do esporte no mundo e quase causou problemas aos brasileiros. Para Pião, isso explica que nem sempre o futevôlei está necessariamente associado à praia.
“Não tem praia no Paraguai e hoje o país é considerada a segunda potência mundial do esporte. O futevôlei vem crescendo não só onde tem praia. Lá em Alagoas no interior o esporte cresce muito e torcemos para que cresça cada vez mais”, explica o atleta.
O Uruguai foi outro país que chegou longe no torneio. A dupla Christian Beasley e Oscar Larrea chegou ao quarto lugar no campeonato. Mas o que chamou a atenção foi o fato de não acreditarem no título antes mesmo do fim do campeonato, mostrando que o favoritismo entre Brasil e Paraguai é realmente forte. “Ganhar o campeonato é impossível e irracional. Brasil e Paraguai, provavelmente o Brasil, vão ganhar o torneio. O primeiro e o segundo lugar nós não temos chances, temos que brigar pelo terceiro em diante”, disse Christian do Uruguai.
Europa
O torneio também contou com as presenças de várias seleções européias, como Itália, Rússia e França. O francês Daniel Sammut, que formou dupla com Nicolas Gills, tem 44 anos e mora na Bahia há 20 anos, local onde começou a praticar o esporte. Apesar de competir profissionalmente, ele afirma que o esporte é uma forma de entretenimento. “Os brasileiros e paraguaios estão em outro nível. Para a gente o esporte é mais uma brincadeira, um lazer que geralmente acontece na praia e também ajuda a gente a ficar com uma saúde boa”, relata ele.
Apesar de todas as dificuldades por conta da falta de estrutura e de condições climáticas para o esporte, os europeus vem superando as dificuldades e levando o esporte cada vez mais a sério. No Mundial, os portugueses conquistaram o terceiro lugar e pretendem chegar ainda mais longe. O fundador da Federação Portuguesa e Européia de Futevôlei e técnico do país, Jorge Alves conheceu o esporte através de Romário, um dos grandes precursores e difusores do esporte não só no Brasil como no mundo, quando jogou pelo Vasco da Gama entre 1982 e 1984. Em 2000, criou as Federações e continua lutando por uma propagação ainda maior do esporte pelo mundo. Hoje, ele busca conquistar para a Europa uma melhor estrutura para treinos.
“Enquanto no Brasil e no Paraguai é verão o ano inteiro, nós temos praticamente seis meses de inverno e é isso que deixa o nível tão desigual. Jogar na areia com 5 graus é difícil. Mas a nossa batalha tem sido arranjar quadras indoors para treinar o ano todo e chegar com chances de título. Esperamos que em 2013 a gente já possa trabalhar nessas quadras”, explica Jorge Alves.
E o português também é convicto: “Daqui a 5 anos, o futevôlei vai ser que nem o futebol. Os jogadores brasileiros vão começar a jogar na Europa porque com o nível e a condição financeira a melhor liga do mundo vai estar na Europa”.
 
Torcida compareceu em bom número à arena montada no Jardim Botânico

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